Conquista Histórica da Índia ao Pousar no Lado Oculto da Lua

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A Índia fez história na manhã desta quarta-feira (23), ao se tornar o primeiro país a pousar no lado oculto da lua, uma região inexplorada que fica no polo sul do satélite natural da Terra. A missão, chamada Chandrayaan-3, foi realizada pela Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), a “Nasa” indiana, e teve como objetivo estudar a presença de água e outros recursos na superfície lunar.

O lado oculto da lua é a parte que não é visível da Terra, iluminada pelo Sol em diferentes momentos. A humanidade viu esse lado pela primeira vez em 1959, graças à sonda soviética Luna 3, que registrou as primeiras imagens da região, revelando um hemisfério cheio de crateras que parecia mais com Mercúrio e a lua Calisto, de Júpiter. Essa região é considerada um terreno traiçoeiro, com grandes crateras e encostas íngremes, além de não receber luz solar, levando a temperaturas extremamente baixas, que chegam a -203°C.

O pouso suave da sonda indiana ocorreu por volta das 9h33 no horário de Brasília, após uma viagem de mais de um mês pelo espaço. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, assistiu ao evento diretamente da África do Sul, onde participa da 15ª Cimeira dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “A Índia alcançou o polo sul da Lua — nenhum outro país conseguiu isso”, declarou. “Estamos testemunhando a história”, disse, enquanto agitava a bandeira tricolor indiana.

A Índia pousou na Lua após uma tentativa fracassada em 2019, com a missão Chandrayaan-2, que perdeu o contato com a ISRO momentos antes do pouso e acabou se chocando contra a superfície lunar. A Índia se junta agora aos Estados Unidos, à União Soviética e à China, que também já aterrissaram no satélite. O feito indiano aconteceu após o desastre da missão russa Luna-25, que tinha como alvo a mesma região lunar, mas acabou falhando e caindo no último domingo (20).

A missão Chandrayaan-3 tem como principal objetivo explorar a presença de água na superfície lunar, que foi detectada pela primeira vez pela missão Chandrayaan-1 em 2008. Acredita-se que esse recurso possa ser extraído para ser utilizado como combustível de foguete ou para sustentar futuras missões humanas na Lua. Além disso, a exploração das regiões polares da Lua pode dar respostas sobre a formação do Sistema Solar e a origem da vida na Terra.

A Índia busca explorar a Lua com o menor custo possível. A missão Chandrayaan-3 custou cerca de US$ 80 milhões, enquanto a missão Chandrayaan-2 custou US$ 140 milhões. A primeira missão lunar indiana, Chandrayaan-1, custou em torno de US$ 79 milhões. Esses valores são considerados baixos em comparação com outras agências espaciais do mundo.

A Índia tem planos ambiciosos para o futuro da exploração espacial. O país pretende enviar uma missão tripulada ao espaço em 2024 e construir sua própria estação espacial até 2030. Além disso, o país tem interesse em explorar outros planetas do Sistema Solar, como Marte e Vênus.


Fontes consultadas:

Missão histórica: Índia é o 1º país a pousar no ‘lado escuro’ da Lua

Índia se torna o 1º país a pousar no polo sul da Lua em missão histórica

Missão da Índia pousa no lado oculto da Lua; o que pode haver lá?

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