Distante cerca de 750 km do continente mais próximo, Americano, a Antártida, ou continente antártico, possui cerca de 14 milhões de quilômetros de extensão, contudo no inverno sua área pode chegar a 19 milhões de quilômetros devido a formação de banquisas, provenientes do congelamento de grande parte da água oceânica prima ao continente.
O contorno do continente é muito irregular, apresentando reentrâncias, sendo as mais relevantes, o mar de Weddell e o mar de Ross.
A camada de gelo sobre o continente apresenta espessura média de cerca de 2000 metros, mas existem pontos em que atinge mais de 4000 metros. Há estimativas de que 70 % de toda água doce do mundo estejam nestas geleiras, fazendo destas uma imensa reserva que poderá ser utilizada futuramente, ou mesmo ser alvo de disputas.
Com tanto gelo, o continente antártico é o lugar mais frio da Terra, apresentando temperaturas de 0°C a -30°C no verão e podendo serem inferiores a -80°C no período do inverno. O clima polar antártico, além de extremamente rigoroso, também é bastante seco, pois os volumes pluviométricos são inferiores a 50 mm ao ano.
Tais condições climáticas severas limitam a existência de vegetação – tundra – apenas ao litoral; contudo a fauna é mais rica, destacando-se a presença de várias espécies de aves marinhas, pinguins, focas, leões marinhos e algumas espécies de insetos. Os Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, que banham a Antártida, possuem diversas espécies de peixes, baleias e um crustáceo denominado de krill.
Apesar de sua superfície não ser explorada economicamente, estima-se que existam no continente reservas importantes de petróleo, gás natural, ouro, prata, manganês, urânio. carvão mineral, chumbo, cobre, além de outros.
Tratados internacionais de preservação
Devido as condições de seu clima hostil, o povoamento do continente antártico é inviável, contudo este abriga pesquisadores de vários países do mundo, especialistas de diversas áreas, como climatologia, biologia, geologia, geografia e outras.
Muitos países tentaram conquistas territórios na Antártida, mas suas pretensões não puderam se efetivar, pois foi definido a partir da assinatura do Tratado da Antártida, em 1961, que estas terras não poderiam pertencer a país algum e não poderiam ser exploradas economicamente, contudo a ocupação para a realização de pesquisas científicas para fins pacíficos fica liberada.
Após 30 anos, em Madri, por meio de uma reunião internacional o Tratado da Antártida foi reforçado e estendido por mais 50 anos, ou seja, até 2041. Permanecendo os termos de que estas terras não poderão ter seus recursos explorados, que não pertencem a nenhum país, mas todos possuem direito de nelas se estabelecer para realização de pesquisas científicas.
Exploração econômica
Como vimos, as atividades econômicas extrativas no continente são proibidas. Contudo a pesca nos oceanos é permitida, sendo pescado principalmente o krill – crustáceo da família dos camarões, rico em proteínas. Ocorre que, o krill esta passando por dificuldades de se reproduzir em virtude do aumento da temperatura das águas, fato que pode reduzir sua quantidade.
O Brasil na Antártida
Nosso país é signatário do Tratado da Antártida.
Sua primeira expedição ao continente gelado se deu em 1982, através do PROANTAR – Programa Antártico Brasileiro.
A base brasileira se chama Comandante Ferraz e esta localizada na Ilha Rei George, na Península Antártica.
O Brasil, por meio de seus cientistas, realiza na Antártida pesquisas sobre meteorologia, climatologia, biologia, cartografia, astrofísica e oceanografia.
Países que possuem bases científicas na Antártida
Atualmente são 29 países com base científicas na continente, sendo eles:
África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Bélgica, Bulgária, Chile, República Popular da China, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, Federação Russa, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Polônia, Reino Unido, República Checa, Romênia, Suécia, Ucrânia e Uruguai.